Wednesday, January 11, 2012

Pensando nas coisas...

Situação hipotética:
Há uma pequena trilha no mato, íngreme, barrenta e que muitos usam para se locomover entre suas moradias e seu trabalho, ou para visitar parentes, etc. Alguém sugere que a trilha precisa de melhorias... Uns olham e dizem, é a trilha tem problemas, reclamam da falta de recursos e da falta de atenção da prefeitura, eles mesmos não fazem nada...
Outros cuidam só do acesso à trilha na frente de suas casas, sem se preocupar com a trilha mesmo e ainda jogam lixo na mesma!
Outros vêem o problema no mato, tem que cortar o mato e "secar a trilha"!
"Especialistas" chegam no local fazem medições, perguntas e somem...
Décadas depois, uns prefeitos depois, diversas casas novas, chega o vereador populista mais votado no município e promete "resolver o problema de uma vez", corta o mato, abre uma rua no lugar da trilha, novas casas são construídas, mas esquece-se do esgoto, de uma rede pluvial, mas todos tem luz elétrica e até iluminação pública e um mercadinho! Que transformação...
De repente vem uma chuva que não acaba! O morro desaba, soterra dezenas de pessoas, famílias inteiras morrem, manchetes em jornais do país anunciam uma "catástrofe sem precedentes", o governo federal destina milhões de reais para socorrer os sobreviventes, mais milhões de reais para reestabelecer um mínimo de condições para o município... Leva vários anos para a vida se normalizar, mesmo assim famílias e mais famílias perdem qualidade de vida, seus bens conquistados a duras penas foram morro abaixo...
Com o tempo, reconstróem suas vidas, mas do jeito que dá, não há mais recursos vindo do governo. A população está à própria sorte, não há projetos para uma reconstrução planejada, prevendo locais de risco, rede pluvial, esgoto, obras de contenção de enxurradas... E, novamente a chuva castiga o município, novamente o morro soterra pessoas, casas, carros, o comércio local, o posto de saúde... Mais milhões e milhões terão que ser gastos.

É... o problema está no mato!

Wednesday, December 07, 2011

DENUNCIANDO...

PLANTIO DE PINUS DESTRUINDO APP DO RIO LIBERATO EM PORTO AMAZONAS/PR

Segue abaixo  protocolo da denuncia


Ao cumprimentá-lo (a), informamos que sua denúncia foi cadastrada no Sistema Linha Verde de Ouvidoria – SISLIV,
onde gerou o protocolo nº 09536/2011 e será encaminhado à Superintendência do IBAMA no Paraná para conhecimento, análise e providências julgadas cabíveis.

Friday, February 04, 2011

BBC Brasil - Notícias - Mata Atlântica é a quinta floresta mais ameaçada do mundo, diz ONG

BBC Brasil - Notícias - Mata Atlântica é a quinta floresta mais ameaçada do mundo, diz ONG

Sempre escutamos do desmatamento da amazônia, e quase nunca dos problemas da mata atlântica. A grande maioria das cidades do Brasil está localizada a leste do país avançando sobre os remanescentes desse bioma, que possue uma biodiversidade maior que a amazônia (!).
A importância da mata atlântica não parece ser clara para a classe governante nem para a população, mas 123 milhões de brasileiros dependem DIRETAMENTE desse bioma como fonte de água. As principais capitais e cidades do Brasil têm suas fontes de água nascendo em região de mata atlântica. A poluição desses corpos de água, o desmatamento, a ocupação irregular e outros problemas, estão acabando com esse recurso natural vital para a sobrevivência. Exemplos de como não temos água "para dar e vender" temos em Curitiba, aonde invasões de manaciais já causaram prejuízos enormes à captação de água para a capital do Paraná. Uma das principais fontes, a do rio Iraí, exatamente na nascente do rio Iguaçu, tornou-se inviável, graças a invasões à beira do rio Iraí e seus afluentes. Esgoto doméstico, lixo e a destruição da várzea do rio, inviabilizaram o tratamento de água na estação da Sanepar à beira da BR-277.
Para manter o abastecimento outras fontes começaram a ser exploradas (Karste, rio Passaúna, etc). No caso do Karste (na região ao norte da cidade) isso causou problemas à população local. A extração de água desse sistema é considerada com causa de aparecimento de crateras devido ao solapamento do solo e casas apresentaram rachaduras consideráveis. Não aconteceram acidentes maiores por pura sorte! Algumas dessas crateras são de dimensões impressionantes.
A cidade precisa criar novos reservatórios, cada vez mais distantes da cidade. Foram construídas as represas de Piraquara 2 e do rio Miringuava, que estão em municípios da região metropolitana e também já apresentam poluição e qualidade de água insatisfatória. Um plano de abastecimento da cidade de Curitiba prevê captação de água até da região de Tijucas do Sul, a mais de 60km da capital. Enquanto isso, rios próximos, com potencial de abastecimento, estão sendo poluídos, suas margens ocupadas, seus cursos alterados e perde-se assim, além da água, uma riqueza em forma de biodiversidade.
Em um levantamento da bacia do rio Pequeno (primeiro afluente do rio iguaçu) que realizei em 2004, a qualidade de água era boa, próximo às nascentes, aceitável no curso superior e médio, e ruim na foz às margens da BR-277, junto à estação de tratamento da Sanepar. Apenas seis anos depois, a qualidade de água deteriorou muito, sendo que já no curso superior do rio é considerada ruim. Apenas SEIS anos! E nesse rio tinha pitús (não registrei mais a presença deles depois), camarões de água-doce raros atualmente, pois seu ambiente está sendo destruído sistemáticamente. O rio Pequeno ainda possue uma várzea bem preservada ao longo do curso superior e médio, rica em espécies de aves e merece ser preservado, mas já há planos de construção de outra represa nesse rio, cujas nascentes estão na vertente ocidental da Serra do mar em plena mata atlântica, já com influência antrópica.
Se não preservarmos esse ambiente, milhões de brasileiros irão sofrer conseqüencias inimagináveis, exemplos disso já estamos vendo. Desastres como na região serrana do rio, têm suas causas na ocupação irregular e destruição da mata atlântica. É claro que a intensidade das chuvas que foram a principal causa desse desastre, mas a localização das cidades afetadas é o principal fator que determinou a extensão do mesmo. E iremos ver muitos outros desastres, enquanto não houverem políticas públicas de prevenção de desastres e de recuperação de áreas de preservação permanentes ao longo de rios.

Sunday, January 23, 2011

Friday, January 21, 2011


Programa exibido em 09/01/2011 pela Rede Globo.

Sunday, October 17, 2010

Monday, May 04, 2009

Uma idéia está se criando...

Em Monday 04 May 2009 13:10:34 você escreveu:
> Caramba Walther,
> que aula.
> Certamente precisarei de um tempo até pegar todos esses macetes, mas
> principalmente precisarei de pratica. Trabalho diretamente com ornitologia
> e comecei a gravar tem pouco tempo, aos pouquinhos vou editando e enviando
> minhas contribuições, que embora restritas, podem auxiliar os demais. Veja
> esta espécie que te enviei por exemplo, ainda não havia nenhuma gravação de
> sua vocalização nos arquivos do xeno-canto. Não é o máximo ? uma espécie
> tão comum, tão facilmente observável, mas que por algum motivo ninguém até
> hoje tinha depositado um arquivo com sua vocalização, lá!
>
> Você com toda essa bagagem da música, certamente tem muito a acrescentar ao
> wikiaves, já pensou em fazer um tutorial completo com todas essas dicas ?
> este poderia ser anexado ao site, tenho certeza que o Reinaldo não seria
> contrario a isso. Já procurei muito material em relação a isso e quase tudo
> está em inglês... Seria uma boa, né ?
>
> Mais uma vez muito obrigado,
> um abraço,
> Rafael
>
8< snip!

Caro Rafael,

fico feliz em ajudar, tomei a liberdade de postar o último e-mail no meu blog justamente buscando a divulgação de informações para o pessoal interessado.
Espero que você não se importe de ter incluído nossa conversa, mas eu queria manter o contexto. Quanto a criar um tutorial completo, isso leva tempo, acho que se eu postar em meu blog alguma coisa de vez em quando, depois de um
tempo daria para fazer uma compilação...
Vou trocar umas idéias com o Reinaldo e o pessoal no fórum do wikiaves e vamos ver o que sai desse "brainstorm". Quem sabe...
Se mais pessoas participarem da discussão fica mais interessante, pois mais idéias surgem. Inclusive estou pensando em separar o tema aves do meu blog, e criar um blog próprio em que mais pessoas poderão postar suas experiências.
Um blog comunitário, por assim dizer... Que tal?
Ainda preciso convidar o pessoal para conhecer meu blog, por isso vou postar esse e-mail também (enchimento de lingüiça, he he he) e, quem sabe, o pessoal começa a se interessar pelo assunto.
Se você quiser posso colocar você na "equipe" do blog já, assim se você tiver algum assunto interessante poderá postá-lo.
--
uma grrande abrraço!

Walther Grube
"Véio do rio"

Filtrando ruídos

Em Monday 04 May 2009 10:15:23 você escreveu:
> Grande Walther,
> mando anexo o arquivo gravado... Comecei a gravar tem pouco tempo e ainda
> não me habituei com todos os comandos do Audacity. Você poderia me mandar o
> processo que você utilizou para elimiar tais ruidos ? tipo um passo a passo
> ?! eu sei que é um abuso, mas eu acho que se eu voltar de uma viagem com 40
> vozes gravadas, vai ser mais fácil eu mesmo fazer isso do que mandar pra
> você, né ? hahahaha. muito obrigado mesmo pela ajuda.
> um abraço,
> Rafael
>
>
>
>
>
> To: ***************************
> Subject: Novo comentário adicionado!
> Date: Mon, 4 May 2009 01:37:44 -0300
> From: wikiaves@wikiaves.com.br
>
> Prezado Rafael Bessa,
>
> Um novo comentário foi adicionado por Walther Grube em uma de suas mídias,
> clique aqui para visualizar.
>
> Comentário:
> Rafael, quando precisar filtrar ruídos, pode mandar as gravações para mim
> (walther.grube@gmail.com). Com aplicação de algumas técnicas simples é
> perfeitamente possível eliminar esse ruído do vento.
>
> ---
> WikiAves - A Enciclopédia das Aves do Brasil
> _________________________________________________________________
> Deixe suas conversas mais divertidas. Baixe agora mesmo novos emoticons. É
> grátis! http://specials.br.msn.com/ilovemessenger/pacotes.aspx

Usando o arquivo que você enviou, vou descrever o processo passo-a-passo anexando os arquivos criados para você ter uma idéia geral:

-primeiro eu crio um espectrograma da gravação para ter uma idéia em que trechos eu encontro somente ruído. Nesse caso identifiquei visualmente que há ruídos de baixa freqüencia abaixo de 1kHz e um estalo ou click aos 24s.















-ao abrir o arquivo com o audacity verifiquei que o início da gravação tem uma
variação de offset durante o 1o segundo, isso terá que ser cortado já que não
contém nenhuma informação importante. É só selecionar o trecho e pressionar DEL.

























-escutando o som, o "click" na verdade se mostrou ser um "estrondo", nada de mais, é possível cortá-lo fora da mesma maneira. Basta dar um zoom nele selecionando com o mouse uma área pequena em torno dele e usando a opção "zoom para a seleção" (zoom to selection) do menu "visualizar" (view). O estalo agora aparece expandido e fica fácil selecionar só a parte que interessa remover. DEL nele!
























-Nesse ponto a gravação se tornou mais uniforme, não tem variações bruscas e é possível aumentar o volume ou "normalizar" o som. Basta selecionar tudo (CTRL-A) e usar o efeito (menu effect-normalize). Neste "efeito" você tem duas opções: "remove ant offset DC" que deverá ser ativado, e "normalize maximum aplitude to" que eu coloco em -3dB para evitar o que se chama de "clipping" (corte de picos de amplitude". Aplicado o "efeito" obtém-se












-Para eliminar os ruídos de baixa freqüencia utilizo um plug-in (tem que ser instalado) de equalizador de múltiplas bandas. No caso dessa gravação vou eliminar inicialmente ruídos abaixo de 420Hz que é a faixa aonde se encontra o ruído de vento. Note que eu crio uma "curva" com os controles. Isso é para suavizar o filtro evitando distorções. Ao aplicar a equalização o nível do som baixa bastante. Tem que escutar o som para ver se não se perdeu alguma coisa. Nesse ponto exportei o som para mp3 para você poder escutar o resultado até agora. (Suruí_03-05-2009_RBESSA (7)1.mp3). Já ficou bastante bom, mas há ruídos ainda. Para seguir aplica-se novamente o "normalize" -3dB.

























-Crio um novo espectrograma para identificar novamente ruídos que estão entre 22,5s e 29s. Esse trecho está realmente complicado, os ruído se sobrepõe ao som, mas vamos lá... Para reduzir os ruídos nesse trecho seleciono o trecho e aplico uma nova equalização na faixa abaixo de 1 kHz. Ficou bom... Normalizando e criando mais um espectrograma...









































-Agora vou eliminar ruídos eletrônicos. Todo equipamento eletrõnicos introduz um chiado de alta freqüencia que pode ser eliminado com o filtro "noise removal". Ele é excelente para isso. Usando o espectrograma verifico que tem ruídos isolados em torno dos 34s. O chiado aparece como uma névoa espalhada pelo espectro. Para aplicar o "noise removal" primeiro vocẽ seleciona uma faixa do som onde está o ruído a ser eliminado e escuta esse trecho para conferir se é só ruído mesmo (apesar do espectrograma garantir isso). Selecione o "noise removal" e clique no botão "get noise profile", selecione tudo (CTRL-A) e aplique "noise removal" novamente, só que agora selecione o botão OK e o chiado será eliminado.













-Por fim é só "normalizar" o som novamente e exportar e criar o espectrograma final

A descrição de como criar o espectrograma está no meu blog (http://educacaoambiental-walther.blogspot.com/).

Nesse exemplo, não filtrei todos os ruídos, ainda sobrou muita coisa a tirar, mas já dá para ter uma idéia de como eu faço esses malabarismos auditivos...

Ainda acha que é mais fácil você mesmo fazer isso? he he he
Eu me divirto fazendo essas coisas. Eu fui técnico de som de uma banda de Rock por bastante tempo e gosto de lidar com esse tipo de coisas. Filtrar gravações de aves é até divertido, e muitas vêzes um desafio, quando o ruído está na mesma faixa de freqüencia do som...

Eu uso Linux e minha versão do Audacity é em inglês, pode ser que você tenha dificuldades em entender alguns dos passos, qualquer coisa é só perguntar!

--
uma grrande abrraço!

Walther Grube
"Véio do rio"